terça-feira, 16 de julho de 2013

Rapa Nui – O mistério de uma civilização – Parte 3


ONDE COMER

Este é um quesito surpreendente. A culinária da ilha, basicamente baseada em produtos do mar, é muito saborosa. As influências das muitas nacionalidades acrescentaram sabores que só tornaram a experiência melhor. Se quiser uma sugestão de prato, faça como eu, experimente os cerviches. Deliciosos!!!

A maioria dos lugares são bem simples, alguns até extensões da própria casa dos proprietários. Todos tem um serviço bem atencioso e acolhedor. Às vezes o atendimento e o pedido podem demorar um pouco, mas você está de férias!!! Todos são muito próximos e grande parte está na Atanu Takena. Uma coisa legal é que grande parte deles oferece uma entradinha de pães com manteiga, vinagrete ou alguns molhos especiais, enquanto você aguarda seu pedido e que não é cobrada na conta.

Como o preço dos pratos principais varia de 60 a 90 Reais, aí vai uma dica para economizar. A maioria dos lugares têm pratos principais que são enormes. Se você é daqueles(as) que se enchem logo com pouca comida, então peça apenas um prato e divida. Se não é o seu estilo comer pouco então economize não pedindo entrada. Agora se você é um animal como eu, peça couvert, entrada, prato principal, sobremesa e um cafezinho pra rebater.

Para ter uma noção geral de outros preços, aí vão alguns exemplos: 

Água ou refrigerante = R$ 5 a 7; 
Suco = R$ 10 a 12; 
Cerveja = R$ 10 a 15; 
Outros drinks = R$ 15 a 30; 
Entrada ou sobremesa = R$ 30 a 50; 
Sanduiche = R$ 20 a 40. 

No supermercados estes valores caem de 30 a 40%, mas não há muita variedade de produtos.

Antes de ir fiz uma listinha dos restaurantes mais mais. Deu pra ir em quase todos, só que os horários são meio irregulares. Alguns fecham no domingo, outros na segunda, outros na terça.... Uma doideira.

Sem mais delongas vamos as nossas experiências. Peço desculpas, pois algumas vezes a fome era tanta que só lembrava de tirar foto do prato quando ele já estava vazio.

Comecemos por Santiago:

Restaurante do Hotel Kennedy – O local é super arrumado e oferece mesas no confortável salão ou numa área externa bem arborizada. Nossa refeição foi o almoço. O serviço é a la carte ou em um esquema que envolve um buffet de entradas, um prato principal e um buffet de sobremesas, com uma bebida inclusa também, por um preço fixo de cerca de R$ 90,00 por cabeça. Caro?! Nem tanto. O buffet de entradas incluia queijos especiais, frutos do mar, cogumelos, alguns canapés especiais, carpaccio de salmão defumado,... Para o prato principal haviam as opções de massa, carne e peixe. E a mesa de sobremesas.... Hummmmm... Deliciosa. Saldo final: valeu muito apena.


Buffet de saladas

O filé

A massa

A sobremesa

Como Água para Chocolate – Restaurante bem badalado, próximo ao shopping Pátio Bellavista. O ambiente é a meia-luz, com o salão em forma de “L”. As cadeiras e mesas poderiam ser um pouco mais confortáveis, mas tudo bem. O serviço é muito bom e como muitos brasileiros frequentam, os garçons já sabem até falar português. Os preços são bem salgadinhos, sendo que uma refeição completa (entrada, prato, sobremesa e vinho) sai por volta de R$ 240,00 para o casal. Devo confessar que não fiquei impressionado com a comida. Não sei se fui com expectativas demais ou se realmente não peguei o melhor dia da cozinha. Minha mulher gostou do prato dela, então devo ter dado azar nas escolhas. Como entrada pedimos uma degustação de cerviches. Como prato principal pedi um Mero ao molho de manga e ela um filé ao molho de vinho. Para sobremesa uma tortinha da casa. Saldo final: Local agradável, mas a cidade oferece opções com comida mais saborosa e mais barata.

O cardápio

O ambiente

Entrada

O peixe

O filé

Restaurante do Hotel Holiday Inn do aeroporto de Santiago – Um achado. Fomos até o aeroporto, mas não há opções de restaurantes para uma refeição a la carte. Voltamos ao hotel e resolvemos experimentar o seu restaurante. O lugar é bem grande, com cadeiras confortáveis e pequenos sofás com TV que exibem o noticiário da CNN. O atendimento é ótimo e as opções do cardápio atendem a todos os gostos. O custo foi cerca de R$ 120,00 para o casal. Saldo final: Surpresa extremamente agradável e altamente recomendável, mesmo que você não esteja hospedado no hotel e vá ficar apenas algumas horas no aeroporto.


O cordeiro

Salada com Parma

Sobremesa

Agora vamos a Ilha de Páscoa:

Makona – Restaurante simples e pequeno, próximo a farmácia e com uma comida extremamente saborosa. Começamos com um couvert de cortesia de pão com manteiga e vinagrete. Pedimos a trilogia pacífica que era composta de 3 tipos diferentes de Cerviche, acompanhados da excelente batata doce deles, só que frita. Não havia melhor forma de começar a nossa experiência gastronômica Rapa Nui. O valor foi cerca de R$ 80. Saldo final: Não deixe de experimentar.


O couvert

Trilogia de Cerviches

Hetu’u – Praticamente ao lado do nosso hotel, tem um bom espaço e um ambiente bem agradável. Atendimento muito amigável e atencioso. Assim como o caso do Como Água para Chocolate, este local foi muito bem recomendado em todos os lugares, mas também não achei essa maravilha toda. A comida é realmente gostosa, mas nada surpreendente. Mais uma vez fomos brindados com um couvert de cortesia contendo pastéisinhos de vento acompanhados de um molho parecido com uma Guacamole. Comi a Trilogia do Mar, que vinha com camarões empanados, carpacio de peixe e cerviche, além de um molho agridoce. Grazi comeu um espaguete com cogumelos e adorou. Após uma tortinha de limão razoável, a dolorosa conta de R$ 170. Saldo final: Vá, mas a ilha oferece opções iguais ou melhores, por um preço um pouco menor.


O couvert

Trilogia do mar

Espaguete

Kamahau – Também na Atanu Takena, é bem espaçoso e confortável também. Muito bom atendimento. Boas e diferentes opções no cardápio. Mais um com custo alto, mas com comida mais saborosa que o Hetu’u e muito bem servida. Dá até pra dividir um prato. Nosso couvert de cortesia era compostop por pães e um molhinho marinado bem saboroso. Como esse foi um dia de passeios e o animal dentro de mim estava indócil, pedi uma entrada de empanadas (ma verdade um tipo de pastél deles) de queijo que vinha acompanhada de um molhinho gostooosssooo... Em seguida o prato principal. Eu pedi um Atum do Mar com molho branco de camarões e algas que estava divino (não se engane pela aparência). Grazi comeu um Camarão no Molho de Tamarindo, igualmente saboroso. Tudo isso finalizado com um sorvetaço de sobremesa. Investimento: R$ 180. Saldo final: Valeu cada centavinho. Recomendo o restaurante e os pratos que pedimos.
Este foi o único restaurante que repetimos. Comemos igualmente bem. Eu comi camarões empanados com molho agridoce e ela um carpacio de atum.


Empanadas de queijo

Peixe com algas

Camarão tamarindo

Camarões empanados - 2ª noite

Carpaccio atum - 2ª noite

Te Moana – De frente para o mar, é uma excelente opção para almoço (acho que não abre à noite). Fomos em um domingo e estava lotado. O local é grande, super agradável e o atendimento também muito bom. Ao lado tem um parquinho bom para quem tem crianças. O couvert de batata doce frita com um molhinho de ervas estava muito saboroso. A pedida para o prato principal do dia foi.... Cerviche é claro! Juntamente com o Makona, o melhor cerviche da ilha. Eu pedi um tipo e Grazi um outro. Ambos muito saborosos. Investimento: R$ 100. Saldo final: Recomendadíssimo.

O couvert

O cerviche dela

O meu cerviche
Orongo – Ao lado de um hotel de mesmo nome, parece ser um estabelecimento familiar. A dona cozinha e o esposo e filho servem. Almoçamos lá. O couvert foi pão com uma manteiga de ervas. Eu pedi o cerviche mais uma vez e Grazi um peixe ao molho oriental com salda. Foi razoavel e bem em conta (R$ 90,00). Saldo Final: Boa opção se você quiser variar.


Cerviche

Peixe

Saladinha

La Playa – Como o nome já diz, ele também fica de frente para o mar. Seu horário é meio irregular. Só na 3ª tentativa consegui ir. Aparentemente só abre  para o almoço e mesmo assim não todos os dias. O local não é muito grande e a decoração e mesas são bem simples. A comida é gostosa, mas também não figura entre as mais mais da ilha. Tivemos aquele velho e bom pãozinho de entrada e comemos um peixe com molho de tomate e batatas gratinadas, que estava bem legal. Investimento de R$ 100. Saldo final: Outra boa opção para o almoço.


O peixe que dividimos

Café Ra’a – Tai um lugar bem legal e com uma comida bem gostosa. É um cantinho bem escondido e um lugar bem pequenininho, mas bem aconchegante. Esse é mais um local familiar, onde todos trabalham nas várias funções. O cardápio tem opções diferentes, como lasanha de frutos do mar. O couvert é o velho e bom pãozinho com uma maionese temperada bem saborosa. Eu comi um espaguete aos frutos do mar e ela um carpacio de peixe com camarões e outros frutos do mar. Ambos deliciosos. Aproveitei para matar a saudade da cervejinha tomando uma Hinano do Tahiti. Terminamos com um delicioso sorvete. Investimento de R$ 170, bem pagos. Saldo final: Não deixe de ir pois este é um dos TOP 3 da ilha.


A cerva

O couvert

Espaguete de frutos do mar

Carpacio de frutos do mar

Caramelo – Não é um restaurante, está mais para uma casa de chá. Lá você encontrará deliciosos sucos, cafés e doces. Procurei alguma coisa salgada e não achei. Eles não tem nem água mineral pra você ter uma idéia. Agora se você aprecia um bom café, acompanhado de uma deliciosa torta, aí você foi ao lugar certo. O cardápio está repleto de opções. Comemos uma deliciosa torta de limão por lá. Considerando os valores da ilha até que pagar R$ 13 pela torta não foi tão caro. Saldo final: Ná hora que bater aquela abstinência de açúcar ou cafeína, essa é uma parada obrigatória.

Moiko Café – Mais um que não é bem um restaurante, mas uma boa opção pra lanches “rápidos”. Por que está entre aspas?! Porque teve uma hora lá que o lugar (que não é muito grande) lotou e a única atendente, que fazia também todos os pedidos, quase teve um surto pscicótico. Ainda bem que na hora que eu cheguei só tinha agente e outra mesa. Comemos umas empanadas (lembrem-se que empanada lá é como se fosse o pastel de cá) de vários sabores. As porções são bem servidas e dá pra satisfazer o apetite. Grazi tomou um Capuccino que achou legal também. Investimento: Empanadas R$ 12 e Capuccino R$ 14. Saldo final: Se você não quer fazer uma refeição, quer economizar ou só quer fazer uma boquinha, pode bater o ponto lá que vale a pena.


Empanadas

Capuccino

Fomos também a 2 sorveterias, próximas ao porto. Não lembro o nome delas infelizmente, mas são bem fáceis de achar. Ambas são muito boas e tem sabores muito gostosos, como o de Pinã. A faixa de preço é de R$ 12 por um sabor, mas a porção é bem servida. Saldo final: Parada obrigatória.

Na minha listinha ainda haviam alguns outros lugares, mas infelizmente ou os dias não deram ou os locais estavam fechados.

Todos comentam e elogiam bastante o Curanto, que é a forma tradicional de culinária da ilha, onde diversos tipos de carne e legumes eram cozidos em um buraco escavado no chão e coberto por folhas de bananeira. Existem lugares que preparam o Curanto, mas alguns deles pedem alguns dias prévios de reserva. O restaurante Te Ra’ai, que pertence a única brasileira residente na ilha, tem um show de dança precedido por um jantar com Curanto. Ele é muito elogiado na ilha, mas infelizmente só acontece 2 dias na semana e não tivemos oportunidade de ir.

Conclusão: Há grandes chances de você se surpreender com os sabores de Rapa Nui. Não tenha medo de experimentar novos ingredientes e receitas. Quer uma dica? Pra acertar peça o que for mais diferente no cardápio. Bom apetite.

COMPRAS

Estou colocando este tópico aqui, só por colocar mesmo.

Definitivamente a ilha não é um lugar de compras.

Mas sair de lá sem um Moai ou outra pequena lembrança é praticamente impossível.

Lugares para achar essas pequenas lembrança não vão faltar.

São 2 mercado de artesanato principais na área de Hanga Roa. Um na Atanu Takena e outro ao lado da igreja. Mas todos os lugares estão salpicados de lojinhas. Sem falar nos pontos de interesse. Sempre tem uma banquinha com produtos comercializados pelos locais.

Não há um lugar que eu possa dizer a vocês que tenha o melhor preço, mas como a ilha é pequena, você pode pesquisar bastante antes de comprar. Os preços são razoáveis e negociações são aceitáveis, embora conseguir um bom desconto seja jogo duro.

Acho que os Moai são sem dúvidas os campeões de venda. Tem de madeira, de rocha, de pedras especiais, de vidro... Sem falar em todos os tamanhos também. 

Mas tem também outras estátuas das várias divindades e deuses, máscaras cerimoniais, roupas, joias, cosméticos... Enfim, tudo para todos os gostos.

Não deixe de adquirir a sua para levar um pouco desta magia com você e ajudar os habitantes locais.

O QUE FAZER

O turismo na ilha é basicamente histórico e de aventura, e as belezas podem ser vistas tanto em terra quanto no mar.

Você pode explorar a ilha por conta própria ou através de passeios guiados. Eu recomendaria os 2. Muita gente fica só por conta própria, mas poder ouvir o relato dos guias sobre os acontecimentos daquele local tornam a sua visita muito mais rica. E eles não são tão caros. Estão em uma média de US$ 60 para passeios de dia inteiro e US$ 40 para os de meio dia. Em 2 dias você consegue fazer os principais, nos demais você pode (e deve) alugar um carro e ir curtir uma de aventureiro percorrendo os locais que você mais gostou novamente. 

Quer outras vantagens dos passeios com guia? Você não tem que se estressar dirigindo naquelas estradas péssimas, aproveita melhor o tempo e ajuda a economia e os habitantes. É verdade que boa parte dos guias não são Rapa Nui, o nosso caso por exemplo era um francês, ex-integrante das forças armadas, que residia na ilha há mais de 8 anos. Mas, mesmo assim, fazendo os passeios guiados você ajuda muito à ilha.

Na nossa chegada eu já queria fazer o primeiro passeio de meio dia, mas como o tempo estava ruim e já estava ficando um pouco tarde, Edith nos orientou a explorar um pouco da cidade e deixar o passeio para o dia seguinte.


Foi o que fizemos. Paramos para almoçar e seguimos caminhando pelas ruas procurando localizar restaurantes, lojas, supermercados, bancos e outro pontos de interesse. Durante estas andanças achamos o posto dos correios da ilha. Lá eles oferecem um serviço interessante: como não há carimbos no passaporte quando você passa pela imigração da ilha, lá nos correios eles carimbam o seu passaporte com 2 lindos símbolos e sem nenhum custo para isso. Os filatelistas também podem achar itens interessantes para sua coleção. 



Saindo do correio paramos para tomar um sorvetinho e seguimos em direção ao sítio arqueológico mais próximo da cidade e de fácil acesso à pé mesmo: o AHU TAHAI. Restaurado, este local ostenta um AHU com 5 MOAI, sendo que a maioria deles está incompleta, e mais 2 outros isolados, sendo um deles o único da ilha com olhos. Lá é um excelente local para acompanhar o pôr do sol e geralmente fica cheio.


Ahu Tahai


Nosso 1º pôr do sol

No outro dia, como nosso passeio saía apenas as 10 horas, aproveitamos pra dormir até mais tarde. Após o café da manhã nosso guia já estava a postos e para nossa surpresa, além de nós 2, havia apenas mais 1 passageiro. Ou seja fizemos um passeio bem exclusivo. Apesar do sotaque francês, dava pra entender todas as informações e ele se mostrava muito prestativo em responder todas as nossas perguntas, demonstrando ainda um bom conhecimento. Partimos em direção a costa sul. Neste trajeto visitamos vários AHU, conhecendo o seu significado e um pouco da história. Os pontos altos são:

- Rano Raraku – Mais conhecida como a fábrica de MOAI, é lá onde eles eram esculpidos. Este é um dos 2 lugares onde você precisa utilizar o bilhete de entrada comprado no local ou no aeroporto. Na entrada você recebe um pequeno folheto com poucas informações e pode ver algumas fotos antigas feitas no local, que mostram algumas curiosidades, como escavações que revelam que o que você vê é apenas uma parte dos MOAI, pois mais da metade deles está soterrada. Você poderá ver as estátuas em suas várias fazes de confecção, desde a sua escavação na rocha, até ele totalmente terminado. O local tem trilhas bem demarcadas, mas com nenhuma placa informativa. Nem o MOAI sentado está sinalizado. Realmente este é o passeio mais imperdível, pois lá é onde está a maior concentração das estátuas que você verá. Não esqueça de curtir também a vista. Tem excelentes mirantes por lá.




O maior Moai do local com cerca de 11 metros

Um dos mirantes

Um Moai na fase de escavação

O Moai sentado

A lagoa na parte interna do vulcão

- Ahu Tongariki – Bem próximo do Rano Raraku, este é o mais belo dos AHU restaurados. Isso foi possível graças a ajuda do Japão que cedeu uma grua com capacidade para erguer as várias toneladas de peso de cada uma das estátuas. Curiosamente seu trabalho de restauração só foi concluído há 17 anos, em 1996. Hoje, posso dizer que este é o lugar mais mágico de toda a ilha. Fomos lá por duas vezes e devo dizer que queria ter ido a terceira. Imperdível.



Olha o estado das placas de sinalização!


Rano Raraku visto de Togariki




- Te Pito Kura – Neste local está situada uma rocha de aspecto esférico perfeito e magnetizada. Isso mesmo! Os metais presentes nela têm a propriedade de “enlouquecer” as bússolas. Acredita-se que ela tenha se originado de uma das erupções vulcânica e foi encontrada no mar. Hoje várias pessoas vão até ela para “se energizar”.



A pedra magnética

- Anakena – “A” praia da ilha. Incrível como este lugar de areias brancas e águas transparentes suge no meio do nada em uma ilha cheia de rochas e imensos despenhadeiros. O local tem uma boa estrutura de apoio com cerca de 4 ou 5 barracas (nesta época só 2 estávam funcionando) que servem lanches e almoço, além de mesas e bancos para passar o dia com a família. Nós almoçamos por lá e a comida é bem comível. Há ainda uma lojinha de souvenirs que têm banheiros pagos (aliás, fora os restaurantes, todos os outros banheiros da ilha são pagos). Não há muitos lugares com sombra, somente alguns coqueiros levados por imigrantes para lá. Pode-se ver ainda 2 Ahu restaurados, que fornecem energia e boas fotos. A água é um pouco fria, mas muito semelhante as praias do sudeste e nada que não mereça algumas horas dentro d’água. Nas laterais existem corais muito bons para quem gosta de fazer snorkel. O centro não tem uma pedrinha sequer, apenas areia fina e deliciosa de pisar. Não é muito funda, mas prefira o horário de maré vazia (pergunte aos locais ou consulte na net) e com menos vento, pois assim você estará como numa maravilhosa piscina. Está com tempo sobrando na ilha?! Programe-se para passar uma manhã ou uma tarde inteira por lá. Por que não passa no mercado e prepara um belo piquenique por lá?! Só lembre de recolher todo o seu lixo antes de sair!





Retornamos ao hotel por volta das 16 horas, ainda com tempo de descansar um pouco e sair para tomar um sorvetinho e procurar um novo ponto para ver o pôr do sol.

No segundo de dia de passeios o mesmo esquema. Café da manhã às 9 e saída para os passeios às 10. Desta vez só tinha nós 2 mesmo, então combinamos com o guia para fazer o tour pela costa oeste e por orongo em um só dia, assim economizaríamos 1 turno.

Começamos subindo o Rano Kau, para observar a íncrível vista lá de cima e poder ir até a vila cerimonial de Orongo. A vista lá de cima é fantástica, tanto para dentro da cratera do vulcão, quanto para o horizonte e para Hanga Roa. Orongo é o 2º local onde você precisará utilizar o seu ingresso. O pequeno centro de recepção aos visitantes também tem algumas poucas placas explicativas. Uma curta caminhada até a ponta revela a vila cerimonial onde os diversos clãs se reuniam para a competição do homem pássaro. É interessante ver a estrutura das “casas” constrídas por eles. Não havia janelas e acho que nenhum deles caberia de pé lá dentro. O “teto vivo”, com vegetações, ajudaria a manter a umidade e a temperatura mais amena no seu interior. A pequena entrada só lhes permitia entrar engatinhando e durante a noite um dos homens dormia com as costas obstruindo a sua passagem, desta forma impediam ou dificultavam o acesso de intrusos ou gatunos à habitação. Esse tipo de estrutura indicava que elas eram utilizadas apenas para dormir ou estocar alimentos. A visão privilegiada para as Motus, especialmente Motu Nui, permitia-lhes observar os candidatos a Tangata Manu e saber quem primeiro conseguiria trazer o ovo de Manutara ao seu líder. Mais uma visita obrigatória.



A cratera

As casas de Orongo. Vejam a pequena entrada.

Vista de Motu Nui e Motu Iti de Orongo

Saindo de Orongo passamos ainda por Ana Kai Tangata, que é uma das poucas cavernas onde se pode observar a presença de pinturas nas paredes. Além disso ela está a beira-mar, proporcionando uma excelente vista.



As pinturas que sobraram

A vista da caverna

Outro ponto de interesse no caminho é Vinapu. Este Ahu é diferente dos demais por ser feito com pedras angulares, retangulares por exemplo, enquanto os demais são com pedras sem um formato específico e colocadas umas sobre as outras. Este estilo lembra muito as construções Incas e não se sabe ao certo por que e como ele foi construído assim. Cogita-se que tenha sido influenciado pelos peruanos que eventualmente passavam pela ilha.

Saindo desta última parada do tour Orongo, partimos para a costa oeste e a primeira parada foi em Puna Pau. Se os Moai eram “fabricados” em Rano Raraku, os seus Pukao eram fabricado aqui. A caracteírtica principal deste lugar é a coloração avermelhada da sua rocha. Também existem várias teorias para explicar como eles conseguiam esculpir as rochas com tanta perfeição e levá-las até o seu destino final. De lá ainda é possível ter belas vistas de Hanga Roa e do resto da ilha.

Pukao abandonados em Puna Pau


Seguindo, fomos ao Ahu Akivi. Este local, também restaurado, tem 2 aspectos que o tornam muito especial. Primeiro: Reformado mais ou menos em 1960, os moais deste Ahu foram erguidos conforme a teoria proposta pelos historiadores. Foi um desafio e tanto, mas eles conseguiram. Segundo: Este é dito como o único Ahu da ilha que está voltado para o mar, mas o nosso guia falou de uma teoria que ele na verdade estava voltado para uma aldeia, que estava entre ele e o mar. De qualquer forma é uma local bem bonito de se ver e que rende muito boas fotos.




Seguindo mais à frente começam as cavernas. Formadas na época de atividade vulcânica, elas são dutos por onde o magma corria em direção ao mar. A caverna de Te Pahu é uma das maiores. Com uma grande extensão e muitos pontos de entrada/saída, ela foi utilizada pelos Rapa Nui como esconderijo contra o colonizador inimigo. No caminho existem pequenas clareiras que eram utilizadas como hortas para plantio de alimentos, e pode-se ver alguns mecanismos utilizador para coleta da água da chuva. A caverna seguinte Ana Kakenga, também conhecida como “das duas janelas”, dá acesso a uma janela para o mar. A entrada é bem estreita, mas a visão do mar que se tem de lá é de tirar o fôlego.


Vista da caverna das duas janelas


Entrada da caverna

Ainda passamos pelo Ahu Te Peu. Seus Moai estão ao chão, mas esta é uma das maiores aldeias. Lá você observara e estrutura das casas e uma grande concentração de Ahu. Assim terminava os nossos tours guiados. Mais uma vez à tempo de descansar e pegar o pôr do sol (que deve ser prestigiado todos os dias por sinal).


Uma das estruturas utilizadas como base das casas

No nosso quarto dia na ilha era hora de ser um pouco egoísta. Era hora do mergulho. Não tenho culpa se ela não gosta! Se você gosta ou tem vontade de experimentar, não perca o mergulho na ilha. A visibilidade daquelas águas é surpreendente, chegando a íncríveis 60 metros. Além disso não há correntes, os pontos de mergulho são a somente 10 a 15 minutos de barco e a vida lá embaixo é muito rica. Atualmente já existem mais de 5 dive centers, mas os mais procurados e tradicionais, são o Orca e o Mike Rapu. Além dos mergulhos para credenciados, elas também oferecem os cursos e batismos. Aleatoriamente e após ver algumas opiniões em sites, optei pelo Orca. Mais uma vez optamos por acordar um pouco mais tarde (agente gosthaaa de dormir), então quando cheguei lá o mergulho da manhã já tinha saído. Tive de ficar para a tarde, mas se você é habilitado há o turno da noite também. Antes de embarcar, você pega todo o seu equipamento (que já está incluído nos US$ 40 que você paga pela saída) e faz o briefing, do que será feito lá embaixo. O ponto de mergulho escolhido para o dia foi o Moai. Na ilha existem 2 Moai artificiais que foram afundados como atração para os mergulhadores. Chegando ao local, que tinha cerca de 23 metros de profundidade, vocês podem não acreditar, mas dava pra ver o fundo! Incrível! Éramos 4 mergulhadores inexperientes e o nosso dive master (não consigo lembrar o nome dele) foi um cara fantástico. Extremamente paciente ele ajudou bastante e nos proporcionou um mergulho fantástico. Queria ter feito outras saídas, mas não queria deixar a mulher sozinha e também o tempo entre o mergulho e o voo não seria adequado. Não deixe de conhecer este outro lado da ilha. O restante do dia utilizamos para comer, descansar e fazer umas comprinhas.

O dia seguinte acordamos um pouco mais cedo (que sacrifício!) e alugamos o carro para curtir o nosso último dia em alto estilo. Nosso objetivo era ir aos locais que gostamos mais. Começamos subindo novamente ao topo do Rano Kau para algumas fotos. Descemos e fomor em direção ao Museu Antropológico P. Sebastian Englert. Esta é uma parada obrigatória para que você possa entender um pouco da história da ilha e do seu povo, além de observar alguns objetos encontrados por arqueólogos. 


Pausa em Rano Kau para fotos


Objetos do museu

Figura de um Moai feminino

Como os olhos eram feitos

Tablita contendo a escrita Rapa Nui



Em seguida pegamos a estrada em direção a Anakena. No caminho você pode fazer uma parada para conhecer a estação da nasa de monitoramento do movimento das placas tectônicas. Como eu li em algum lugar, lá parece uma estação da Dharma da série Lost. Existem algumas paradas cênicas para boas fotos também. Chegando próximo a Anakena, entramos na estrada de trilha em direção ao mirante da segunda praia da ilha, mas que está fechada devido ao risco de desmoronamento no local. A visão é exuberante lá de cima. Seguimos depois a própria Ovahe para fotos e continuamos para retornar ao Ahu Tongariki. A estrada realmente não é fácil de dirigir, mas é bem divertido. Mas algumas fotos e retornamos a Anakena para passar o resto do dia. Pena que este dia estava ventando muito, além de um pouco frio, inviabilizando a banho. Ficamos algum tempo por lá e depois retornamos ao alto do Rano Kau para acompanhar o pôr do sol lá de cima. Não havia melhor forma de acabar o dia. O pôr do sol foi algo de espetacular.


Estação da Nasa

Vistas da estrada para Anakena

Mirante da praia de Ovahe lá embaixo

Nossa segunda parada em Togariki





Nosso último pôr do sol


Uma curiosidade que ainda não citei é a enorme quantidade de animais soltos pela ilha. Você deve estar atento, pois a todo o momento cavalos e vacas atravessam a pista. Alguns dizem que são selvagens, mas o nosso guia falou que todos tem donos. Realmente todos eles tem uma marcação, mas é incrível como são criados completamente livres. Outra coisa que chama muito a atenção são os cachorros de rua. São centenas deles. Dá uma pena danada dos coitados. Onde você para eles chegam a procura de comida ou simplismente de um carinho. De vez em quando rola um arranca rabo grave entre eles, então eu sugiro que você fique longe nessa hora.




O cemitério da cidade também merece ser visitado, por incrível que pareça. Ele é bem pequeno mas vale dar uma olhada nas sepulturas, onde os parentes demonstram todo o seu carinho pelos entes que se foram.


O cemitério

Sepultura de uma criança

Assim terminou a nossa experiência por lá e considero o período de 4 dias inteiros o ideal, mas ainda existem muitas outras opções pra você.

Se seu estilo é aventureiro alugue uma bicicleta ou leve a sua mochila de hidratação e pegue alguma das várias trilhas disponíveis. Dizem que a que leva ao topo do Terevaka (ponto mais alto da ilha) é linda, mas são cerca de 2 a 4 horas de subida se você partir da base do vulcão e percorrer a sua trilha de 6 Km. Se você sair de Hanga Roa pode levar até 8 horas.
Existem também os passeios de barco para as ilhas secundárias. Eles são oferecidos por várias operadoras, principalmente na área do porto, mas não vou poder dar maiores informações, pois não fizemos.

Como à noite a quantidade de luzes é extremamente pequena, a observação das estrelas também tem os seus praticantes.

Não há muito movimento por lá durante a noite. Dizem que tem uma boate, mas não vimos. A outra opção são os shows de dança e cultura Rapa Nui, mas que não acontecem todas as noites. Nós conseguimos ir no Vai Te Mihi. Ele fica próximo ao cemitério e oferece o show 3 vezes por semana. Se tiver um grupo grande pode reservar um jantar com o Curanto uns dias antes, mas nos shows regulares só há serviço de bar. O ingresso é diferenciado conforme a fila que você ficar, podendo variar de 40 a 80 reais (compre o mais barato, pois não faz muito diferença). O show dura pouco mais de 1 hora e é uma boa alternativa para a noite. Existem 2 outras opções de show: O Balet kari Kari e o Te Ra’ai. Fora eles só lhe resta comer, mas não deixe para muito depois das 22 horas, senão não vai achar mais nada aberto.


Imagens do show


Não deixe de ver outros excelentes guias sobre a ilha nos sites abaixo:
Entre outros

CONCLUSÃO

Como eu ouvi em um documentário, estar na ilha é estar no lugar certo e na hora certa, mas na época errada.

Seria fantástico poder presenciar a história deste incrível povo.

A ilha é extremamente agradável, seu povo amável e sua terra exala uma magia que conquista que tem a oportunidade de conhecê-la.

Mas é preciso que você goste e tenha o seu espírito aberto a este tipo de viagem.

Com certeza é um destino único no universo.

Foi um grande prazer poder estar lá.



OUTRAS IMAGENS

Parlamento e sua placa onde não reconhecem o governo chileno

Traduzindo: "O horário de abertura é variável porque nós estaremos em reconstrução. Acredite em mim, eu não sou preguiçoso!". Isso é que é sinceridade.

Infelizmente a ilha não é cuidada como deve

Gata

A noite chegando

Eu acho que tem alguém nos observando!

Homenagem ao homem pássaro

Centro de recepção de Orongo

A igreja da cidade. A missa aos domingos pela manhã é super concorrida e muito bonita.

Consultório: "só atendemos segundas, quartas e quintas a partir das 15 horas". Oh emprego bom!

O único Moai com olhos da ilha

Mapa fornecido pela locadora


Ingresso e panfleto do show

Alguns serviços da ilha


Mapa mais completo

Procurando Manutara

Ingresso a Orongo e Rano Raraku + folheto informativo

Alguns serviços de Hanga Hoa