sábado, 6 de abril de 2013

San Andrés: O fantástico mar das 7 cores - Parte 2


Onde comer

Como eu já disse também, fui “obrigado” a pegar o sistema de “all inclusive” no hotel em que fiquei. Também disse que não me arrependi completamente, em parte porque a comida era gostosa e em parte porque tem horas que não dá vontade de sair procurando lugar para almoçar ou jantar. Simplesmente saíamos do mar, dávamos alguns passos e já estávamos no almoço do hotel, ou então chegávamos cansados à noite e o jantar lá era muito mais cômodo.  De quebra ainda tinha o lanchinho da tarde. Sendo assim fizemos muitas refeições por lá mesmo. Mas a ilha oferece boas opções que não poderíamos deixar de experimentar. O custo é na média de R$ 30 a 50,00 por pessoa, para uma boa refeição, com entrada, bebida, prato e sobremesa. Mas, a depender do local, pode ser mais caro.


Um dos lanchinhos da tarde

Uma das refeições

Uma das primeiras foi um almoço no dia seguinte a nossa chegada, durante o passeio a ilha de Johnny Cay. Comemos um peixinho frito regular apenas. Não lembro o nome do local, mas a ilha tem uma 5 ou 6 opções, embora não tenha visto nada muito atraente nas outras também. Se puder, segure a fome.

A nossa segunda experiência já foi muito mais agradável. Foi um almoço no restaurante Punta Sur, que achamos ocasionalmente durante a volta à ilha no nosso carrinho de golf. Ele fica um pouco depois de West View. Comemos um excelente Cerviche de entrada, seguido de um prato de camarões com molho de tamarindo para mim e de um prato de “caracóis” para a dama (pelo menos estava escrito assim no cardápio). Comida muito saborosa, preço bom e atendimento muito simpático e acolhedor. De quebra ainda ficava em frente ao mar. Recomendadíssimo.










A terceira experiência foi no mais indicado e referenciado da ilha, o La Regata. Foi um jantar no terceiro dia, e posso dizer que toda a fama do local é plenamente justificada. A decoração, a localização, o atendimento, a comida... Tudo absolutamente perfeito. O preço é um pouco mais salgado em relação ao resto da ilha, mas vale muito a pena. Procure ficar do lado de fora se o tempo permitir. Na ponte o clima é bem romântico e ainda dá pra ver os peixinhos no espelho de água do mar que cerca o restaurante. Tem até uma moreia! Guarde uma noite para ir e, se estiver em alta estação, cheque para ver se não é necessária reserva prévia.








Olha a moréia aí!!

A última experiência fora do hotel foi em uma Cervicheria (por sinal a ilha é pródiga nesse prato saborosíssimo – comi todos os dias). Também foi um achado. O nome dela é Oceans e fica no calçadão da orla, ao lado da loja Presidente. São vários tipos do prato e com vários tipos de “molho”. Comi um de camarão no tamarindo, hummmmm... Delícia! Lá também são servidos alguns tipos de massa, igualmente saborosos, embora o cerviche ganhe disparado. Se você é um apreciador do prato não deixe de ir.







Se você gosta de comer e de pescado ou frutos do mar, pode se lambuzar. Se não gosta, tem opções de carne e frango também, mas o carro chefe da culinária da ilha vem do mar mesmo. Vimos ainda um pequeno italiano e na rede Decameron tem japonês e outros estilos culinários. Disseram-me que os restaurantes da rede são abertos aos não hóspedes, mas não posso confirmar essa informação, pois acabei não indo. O que é certeza é que, quem está hospedado em um dos hotéis da rede, pode utilizar os serviços de qualquer um dos outros, desde que fazendo a reserva previamente.

O que fazer

A maior parte do atrativos da ilha estão na água, mas nem por isso a pequena ilha deixa de ter atrações em terra. Vou relatar os que fizemos, mas deixar a dica para outras opções, justificando porque não fizemos.

Ilha do Aquário e Johnny Cay – Nós fechamos o passeio na recepção do hotel mesmo. Mas ele pode ser comprado na associação dos transportadores marinhos, em agências de outros hotéis ou da rua, e no local de onde saem as lanchas. Pagamos o equivalente a R$ 15,00 por pessoa, sem nada incluso. Ele combina a ida em duas maravilhosas ilhotas, bem próximas à costa. O saída comodamente é às 9:30 h, quando o carro veio nos pegar no hotel. Fomos levados a um espaço de onde saem as lanchas. Aí começa a parte ruim do passeio. Esse lugar concentra várias empresas, numa imensa confusão. Não existe ordem na saída dos barcos e eles só saem após a lotação estabelecida. É uma gritaria só, um empurra-empurra... Juntando com o calor e o aperto na lancha, já viu né! A ida a primeira parada é bem rapidinha e a lancha pula que é uma beleza. Sem falar que você já chega no clima... Todo molhado quero dizer. Se você tem algo que não pode molhar, cuidado redobrado.


Aqui na cooperativa você pode reservar seu passeio

A primeira parada é na Ilha Aquário, que na verdade é um banco de areia cercado por pequenas piscinas naturais e formações coralíneas. Neste banco de areia existem 3 pontos de apoio, onde você encontra comida, bebida e armários onde você pode deixar as suas coisas enquanto se diverte (R$ 4,00 pelo armário). Na chegada você será direcionado a um destes pontos (sem possibilidade de escolha), onde será instruído em relação aos cuidados, atividades disponíveis e o horário da volta. Neste roteiro combinado você terá 1:30 h para aproveitar o aquário.  Como você pode usufruir deste tempo. A maneira mais óbvia é fazendo snorkel nas piscinas naturais. É bem seguro e tranquilo, pois a profundidade não passa de um metro e meio, não tem correnteza, a visibilidade é estupenda, a temperatura da água é extremamente agradável e a variedade de vida marinha é grande. Tenha cuidado apenas com as pedras e ouriços, não esqueça as sapatilhas (mas se esquecer, elas podem ser alugadas ou compradas lá também). A segunda opção é fazer passeios de barco com fundo de vidro ou para outras piscinas naturais próximas. Como última opção você pode ir a outra ilhota que fica muito próxima, a Hayne Cay. Esse trajeto pode ser feito a pé mesmo, pois a distância é curta e a profundidade da água também não passa de 1,5 m. Na Hayne você tem outras prainhas e outro restaurante com uma boa área de lazer, se quiser passar o dia lá. O lugar é muito gostoso, mas pode se tornar insuportável na alta estação, pois a área comum não é muito grande. Mas posso dizer que, apesar de todo o perrengue, este lugar é imperdível. Só as cores do mar que você vê no caminho que a lancha faz para chegar lá já valem os R$ 15,00.

O caminho até o aquário
Imagens da ilha aquário


A ilha vista de Hayne Cay 

Viva o cigarrinho do capeta!!!
O aquário em baixo d'água


Olha a profundidade!



Na hora marcada, lá vamos nós na apertalancha a nossa segunda parada: Johnny Cay. Essa é uma ilhota um pouco maior que a primeira e com uma infraestrutura um pouco melhor. Chegamos lá por volta da 11:30 h e tínhamos a opção de retornar às 13:30 ou 15:00 h. Dá mesma forma que na primeira, fomos recepcionados e encaminhados a um restaurante específico onde almoçamos (ver acima). Pena que não havia um redário ou coisa parecida para descansarmos um pouco. Seguimos para dar a volta à ilha (que você faz em 15 minutos), procurando uma praia mais vazia para curtir o mar. A paisagem é muito bonita, mas 90% dela é cercada de pedras e corais, o que deixa apenas 10% da área para banho. Não sei se foi a maré, mas nestes 10% o mar afunda abruptamente, chegando a cerca de 1,80 m a 2 metros da areia. Tinha ondas e uma leve correnteza, o que deixava o banho um pouco tenso. Nosso plano era sair às 15:00 h, mas acabamos saindo às 13:30 h, terminando o dia em Sprat Bight.

Johny Cay
De uma forma geral o passeio vale a pena, principalmente na baixa estação, mas esteja preparado pra alguns aborrecimentos. Tente afogar o nervosismo nas maravilhosas águas do mar caribenho.

Volta a ilha – Como falei no início, existem várias formas de se fazer isso (inclusive em um “trenzinho” temático), mas nós escolhemos alugar um carrinho de golf. O carrinho é bem fácil de pilotar: só tem acelerador e freio, e marcha para frente, neutro e ré. Na locadora fomos instruídos de como sair do centro e alcançar a avenida circunvalar, que dá a volta a ilha. Não tivemos dificuldades para achar o caminho. A circunvalar está passando por renovação, mas apenas 30% dela estão em condições perfeitas. Os outros 70% estão sem asfalto ou cheias de buraco, então prepare as costas. Pelo menos os pontos de interesse estão bem sinalizados. Lá não tem lei seca, mas tem blits também. Passamos por uma meio receosos, mas não fomos parados, só umas caras feias mesmo. O melhor trajeto é feito no sentido anti-horário. A sucessão de paisagens é de tirar o fôlego. Uma mais maravilhosa que a outra. Durante a ida as praias são muito cheias de pedras, algumas em verdadeiros paredões. Na volta elas são de areia. Existem várias as paradas com atrações ou para tirar fotos, mas algumas são obrigatórias e algumas opcionais.


O carrinho

Trechos de pista boa

Trechos de pista sem asfaltamento

Sinalização dos pontos turísticos

A compensação é a vista

As que paramos:

West View – Linda piscina natural, repleta de peixes e localizada em um grande paredão rochoso. A estrutura turística é pequena e rústica, mas tem algumas coisas legais. Tem um trampolim a uns 6 ou 7 metros da água, de onde se pode saltar, tem aluguel de boias e snorkel, e tem o AquaNauta (atividade com custo separado, onde você pode caminhar a 7 metros de profundidade com um capacete, semelhante a um escafandro, que recebe ar da superfície através de uma mangueira). Você paga o equivalente a R$ 3,00 para entrar e recebe uma fatia de pão para alimentar os peixes. O acesso a água é feito através do trampolim ou por 2 escadas de aço presas ao paredão. Essa “dificuldade” de acesso é um dos pontos fracos do local, pois as pessoas ficam paradas tirando fotos ou estacionadas na escada, atrapalhando ir e vir livremente. Mas com certeza é uma parada obrigatória. As imagens falam por si. Chegue bem cedo ou deixe pra ir mais tarde, desta forma evitará o tumulto.




A estrutura de apoio

A vista acima d'água

Aquanautas
  
Olha eu aí!
A vista embaixo d'água
  
Eu acho que eu vi um gatinho...!!!

Hoyo Soplador – Conhecido como o gêiser da ilha, é uma interessante formação geológica, onde um túnel dentro da rocha canaliza as ondas e ejeta um forte jato de ar ou água (dependendo da maré) na superfície. O seu efeito maior só pode ser sentido na maré cheia, mas mesmo na vazante é interessante parar para ver. O jato de ar é realmente forte. É engraçado ver a cara das pessoas com seus cabelos e roupas levantadas. Sabe aquela cena de Marilyn Monroe na saída de ar do metro?! Pois é. Eleve a décima potência e terá o Hoyo Solpador.


O Hoyo Soplando

A usina geradora do Hoyo

Paria de San Luis – Praia de areia, mas também com pedras, e águas extremamente límpidas. Esta região é a segunda região mais turística da ilha e com uma boa estrutura de apoio. Estacionamos o nosso carrinho e passamos boas horas por lá, só fazendo nada. Maravilha. Parada obrigatória.





Cocoplum e Rocky Cay – Praias contíguas com as mesmas características de San Luis, embora a água não seja tão transparente. A particularidade deste local é a carcaça de um grande navio arrastado até lá pelo furacão Katrina, e que pode ser alcançado caminhando. Tem uma boa estrutura de praia, mas no único local de estacionamento o assedio de pessoas lhe enchendo o saco é meio desencorajador. Também é uma parada obrigatória. Pode lhe render boas horas de relaxamento.



As que não paramos:

Museu Casa Isleña – Pequena casa museu, conservada como no tempo da colonização.

La Cueva de Morgan – Como a ilha no passado foi esconderijo de piratas, acreditava-se que um dos mais famosos deles (o Morgan é claro) estocava os seus tesouros nestas cavernas. Hoje ele é sede de alguns rudimentares museus, que não fizemos questão de conhecer tendo em vista os relatos desencorajadores na Net e as fotos que os acompanhavam.

El Cove – Linda enseada com boa estrutura, mas achamos que era reservada a hóspedes do hotel de mesmo nome.

La Piscinita – Igual a West View, mas com uma estrutura um pouco inferior e não tão bonita quanto a primeira.

O terceiro e quarto dias tiramos para descansar e aproveitar os vários trechos de Sprat Bight. Mas haviam outras opções que escolhemos não fazer:

Mantaraias – Como ficamos meio traumatizados com a primeira experiência aquática na ilha, decidimos dispensar as outras que envolvessem este meio de transporte. Mas este passeio envolve ir a um trecho da ilha onde se pode interagir com raias manteiga. Pode ser muito legal se você nunca teve esta experiência.

Cayo Bolivar – Dizem que é muito lindo lá. Águas transparentes e ótimo lugar para snorkel. Como envolvia cerca de 1:30 h de barco para chegar lá, descartamos de cara.

Bate e volta a ilha de Providência – Dez vezes mais linda que San Andrés, pode ser acessada após 1 hora de monomotor. São 2 voos diários, mas extremamente caro, pois o avião só tem 12 lugares. Além disso, achar vaga é extremamente difícil. Também pode ser acessada após 5 horas de barco.

Mergulho – Estava nos meus planos, mas como fiquei gripado no segundo dia, não pude fazer. Credenciado ou não, se tiver oportunidade não deixe de fazer.

Pesca em alto mar – Pra quem gosta pode ser uma boa opção para passar o dia.

Bom, essas são as opções que me lembro, mas é possível que haja outras mais.

À noite a ilha também bomba (que o digam os nossos amigos do bar ao lado do hotel!). Rumba, salsa, reggae, merengue, disco... Tem opção pra todo mundo. Há ainda cassinos e alguns hotéis oferecem shows com danças, costumes e cultura regionais. Mas o bom mesmo é sair pra comer e depois comprar nas lojas.

Compras

A ilha toda é uma região de zona franca, então livre de impostos. O centrão está lotado de lojas Duty Free, em algumas ruas, como a Peatonal, esta concentração é bem maior. Mas procure entrar em cada transversal, pois aparecerão mais e mais lojas. As maiores, mais diversificadas e mais confiáveis, são as da rede La Riviera (www.lariviera.com.co), que também está presente nos aeroportos. Mas existem inúmeras outras lojas também, só fique atento em relação à originalidade do produto. Não que lá se venda produtos falsificados, porém às vezes você pode encontrar produtos com a embalagem idêntica a de outras marcas, mas com nomes diferentes (hidratantes com a marca Helena Secrets, por exemplo). Também desconfie de ofertas sensacionais, como 3 hidratantes por R$ 10,00.


Uma das ruas de compras
Lojas por fora



E por dentro



O grande carro chefe da ilha são as bebidas. A terra dos sonhos de todo o alcóolatra. Red Label por menos de R$ 30,00, Absolute por menos de R$ 20,00 e por aí vai... Também tem de todos os tamanhos. Garrafinhas de 25 ml a tonéis de 5 litros. Nunca vi uma variedade tão grande.

Outro produto que vale muito a pena são os perfumes e maquiagens. Estes sim, tão ou até mais baratos que nos EUA. Muitas vezes víamos o preço na prateleira, que já era mais barato, e na hora de pagar ainda tinha desconto! A variedade também é grande, tendo inclusive alguns produtos que não achávamos nos dutys dos aeroportos.

Produtos alimentícios também vendem bastante e existem várias lojas inteiras dedicadas exclusivamente para eles. Acho até que lá é a capital mundial da Pringles. Nunca vi tanta e  de tantos sabores. E o preço?! Menos de R$ 5,00! Mas também tem lojas com produtos Gourmet de todo o mundo. Passar fome você não vai, mas controle a sua gula...

E os eletrônicos?!! Ahhhh... Claro que tem também! Mas vale a pena?! É um pouco melhor que no Brasil, mas longe dos EUA. Grande parte das lojas é cheia de produtos chineses e de qualidade duvidosa, mas você consegue encontrar câmeras, os iP... da vida, vídeo-games, aparelhos de som, dock stations, TVs.... Só não vi produtos de informática.

Só que não para por aí. Existem muitas lojas também de cama, mesa & banho, utensílios domésticos, brinquedos, produtos para bebês, farmácias, objetos de decoração.... Enfim, tudo que poderá aplacar o seu instinto consumista e lhe deixar com várias dívidas.

Conclusões

Antes de concluir uma informação rápida. Sabe aquele papelzinho que ficou com você quando saiu da imigração?! Pois é. Não esqueça dele na hora de sair da ilha, pois quando você embarcar vão lhe pedir devolta.

Em resumo: vale muito a pena conhecer San Andrés.

Os perrengues que passamos nem de longe ofuscaram a beleza daquele mar. Só você vendo para conseguir entender o que digo.

Não espere uma estrutura turística excepcional, como se vê em outras ilhas do caribe. Grandes Resorts, ruas limpas, pessoas extremamente educadas, ordem no trânsito... Nada disso existe lá. Mas venha cá, em baixo d’água, ouvindo apenas o som da sua respiração e vendo todas aquelas coisas maravilhosas, você vai lembrar ou se importar com isso?!!

O melhor de tudo é que você consegue chegar lá gastando muito menos do que para outros lugares do Caribe. Sem falar que você pode combiná-la com paradas em Bogotá, Cartagena das Índias, Panamá, Nicarágua e outras que estão muito próximas dela.

Tomara que o governo colombiano olhe com mais carinho para este pequeno pedaço do paraíso e faça de tudo para que seja explorado de uma melhor forma. Tomara também que as pessoas que frequentam a ilha se conscientizem de que se não cuidarem de tudo, não poderão ver aquela beleza por muito mais tempo.

Hora de dizer tchau ao Mar de Las 7 Colores e partir para Bogotá.

Espero que tenham gostado.

Aguardem o próximo post.



Sprat Bight