sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Europa: Primeiros Passos



Antes de adentrar propriamente em Paris, cabe aqui algumas dicas para programar a sua viagem a Europa.

Mais uma vez gostaria de dizer que não sou o dono da verdade hein!!! Essa é apenas a minha opinião pessoal. A Net é cheia de sites e blogs sobre o assunto, então não deixe de lê-los. Quanto mais informações tiver, mais proveitosa será a sua viagem. Se não quiser... vá tomar....  o avião e ir do mesmo jeito. Não há como se arrepender.

Comecemos com relação as malas. Nos trechos daqui para lá você terá direito h 2 malas de 32 Kg cada uma. Se você pretende ir a somente uma cidade ou tem parentes lá, ótimo, caso contrário preste atenção aos limites de peso e quantidade de volumes para os trechos internos. A maioria das companhias vai cobrar pelas malas despachadas e este valor é proporcionalmente alto  a depender do peso e quantidade de volumes. Geralmente o que sai mais em conta é ir com 1 mala por pessoa e com peso menor que 20 Kg. Os ítens de mão também tem o seu tamanho e peso checado, então procure respeitar os limites, do contrário poderá ter dores de cabeça. Portanto na hora de fazer a sua mala tome cuidado, evite ir no limite dos 20 kg de peso permitido para os voos internos. Se for passar cerca de 5 a 6 dias em cada destino, repetir a roupa não é crime não, hein mulheres!!! Você também pode encontrar aquelas lavanderias "self service" e deixar as roupinhas prontas pra outra. Tente deixar uns 2 kilinhos mais leve para alguma compra eventual. Não tem uma balança de mão para malas?! Compre logo. Item essencial. Uma dica: aquela roupa mais pesada, tipo calça jeans e sobretudo ou casacos encorpados, procure ir com ela no corpo, pois só com isso poderá poupar uns 3 a 4 kg de peso nas malas. Mas quando seu próximo voo for para o Brasil, pode pegar pesado, pois aí terá direito a 2 malas de 32 kg. Sendo assim deixe o destino onde você pretende comprar bastante para o último trecho. Sacou?!

Quem teve a oportunidade de ler os posts anteriores sabe que Salvador é a melhor opção de aeroporto para mim. Distância aqui de casa, visita a familiares e amigos, aeroporto mais tranquilo... Enfim, só não saio dele se não tiver jeito. Felizmente existem 2 companhias que saem diretamente de lá com destino à Europa, sem escalas ou conexões dentro do Brasil: a TAP, que desembarca em Lisboa, e a Air Europa que desembarca em Madri. A mesma coisa que falei antes para a American Airlines vale aqui, pelo menos para a TAP. O avião é miserável. Ô bicho desconfortável e com poucas opções de entretenimento! Pelo menos era assim até o meio do ano passado. Os funcionários de bordo até que não são dos piores, assim como a comida, mas se puder ir dormindo, melhor ainda. Se aguentar a ressaca e a piora dos sintomas de Jet Lag com os tarja preta, se jogue... Tome logo 1 Rivotril e 1 Lexotan, pra garantir, e só acorde no 2º dia, na cama do hotel e chapadão. Mas se não for desses, lembre-se que tudo é felicidade. Quando chegar e puder ver as maravilhas de lá, você nem vai lembrar do voo mesmo!

Particularmente eu prefiro a TAP. Nem sei como está a situação dela depois de todos os problemas e rumores do fim do ano passado. Antes de ir, cheque como está a situação atual. Veja suas taxas de cancelamento e pontualidade para não ter surpresas. Prefiro essa empresa pelo fato de não haver a barreira da língua e, por consequência, conseguirmos entrar pela imigração sem maiores dificuldades. Que eu me lembre o processo foi relativamente rápido e não houve nenhuma pergunta fora as habituais: Pra onde vai? Quantos dias vai ficar? Quanto dinheiro tem?... Nem aquele seguro de viagem específico para a comunidade europeia (Tratado de Schengen), que somos obrigados a fazer, ele me pediram. Por sinal, que surpresa boa eu tive com Portugal!! Mas esse é um assunto pra um próximo post. A partir daí, todos os trechos que fizer entre os países que usam o Euro como moeda, não é mais necessário passar pela imigração, os voos são considerados como locais. Você poderá ter acesso aos 17 países da comunidade européia sem mais nenhum estresse. Bom, né!!

No caso específico da minha viagem, o primeiro trecho foi Salvador – Paris. Pelo que me lembro do aeroporto de Lisboa, ele é bem estruturado e a conexão foi tranquila (lembrando de deixar pelo menos umas 4 horas de intervalo entre os voos, pra evitar dores de cabeça). Como a imigração é feita em Portugal, você, obrigatoriamente, tem que pegar as suas malas e despachá-las novamente. Não houve maiores problemas e o fato de falarmos quase a mesma língua ajudou bastante. A dica sobre os aeroportos americanos, também se aplica aos europeus, pois são tão grandes quanto.

A depender das cidades que você quer visitar, existem as opções de via aérea, rodoviária e férrea. Por enquanto só vou poder falar da aérea, que foi a que utilizei. Antes de ir, pesquisei bastante as passagens, em várias companhias, e não tem o que contestar: as companhias de baixo custo (low fare) são as melhores, sem dúvida. A diferença de valor é muito grande, mesmo com todos os opcionais. Talvez a Europa seja o continente com o maior número dessas companhias. As mais conhecidas são EasyJet, Ryanair e Vueling. Eu utilizei os serviços da EasyJet e não tive nenhum problema. O processo de check in foi tranquilo e rápido, os voos foram pontuais, as aeronaves não eram velhas e não extraviaram nossas malas. Compararia tranquilamente com o padrão da GOL. O site deles tem versão em português e lhe permite acessar todos os opcionais que eles oferecem, com a vantagem de poder fazer o check In pela internet vários dias antes (eu já saí com todos os meus cartões de embarque impressos, só pra você ter uma idéia). Ah, mas eles cobram tudo?!! Não se engane, pois nas companhias maiores e tradicionais muita coisa você tem que pagar também (mala e serviço de bordo, por exemplo).

Quais seriam as principais dicas para você se dar bem com as low fare:

COMPRA – Não tem o que questionar. A compra pelo site, além de ser segura, permite a você escolher todos os opcionais que quiser e analisar todas as variáveis necessárias. Por exemplo: A maioria das companhias opera em aeroportos “secundários”, alguns bastante longe do seu hotel, e isso tem que ser pesado na hora da escolha, para somar o valor do taxi ou do transfer ao da passagem. O valor da passagem básica em si, é muito barato. Pra você ter uma ideia: se eu não tivesse levado bagagem e não tivesse optado por outras regalias, teria pago a bagatela de 34 euros pela passagem de Paris até Roma. Sentiu a barbada?!!! Após escolher a tarifa você pode acrescentar as malas, a seleção de assento e se quer embarque preferencial ou não. Tudo tem seu custo, então analise os valores e escolha quais opcionais mais lhe agradam. Se tiver curiosidade compare com as outras companhias aéreas e verá a grande diferença que é.

MALAS - Você tem que pagar por todas as malas que despachar e só tem direito a 1 ítem de mão com as dimensões corretas (eles são rigorosos quanto a isso, pois ganham muito dinheiro assim). A segunda mala é um pouco mais cara que a primeira, e assim por diante. Você pode comprar quilos a mais para acrescentar aos 20 que tem direito, mas são bastante caros. Sendo assim, não tente socar suas roupas e da sua mulher em uma única mala, pensando que assim vai economizar. Prefira levar 2 malas pequenas (uma para cada um) e leves a 1 mala grande e pesada, pois o excesso de bagagem é muito mais caro do que uma mala para cada, e mais até do que 2 para cada. Assim ainda pode sobrar espaço para umas comprinhas. Mas e os casacos?!! Ou compre lá ou vá vestido com eles. Sabe quanto pesa um bicho desses?!

EMBARQUE – Durante a compra você terá a oportunidade de reservar o seu assento, só que isso também tem custo. Se você está viajando com alguém é altamente recomendado que adquira esse opcional, senão a chance de vocês sentarem juntos será pequena. Vai ficar sentado um em cada canto. A depender do assento que você reservar terá direito a embarcar e desembarcar primeiro, além de poder escolher cadeiras com maior espaço para as pernas. No site, durante o processo de reserva, você terá todas essa informações, com valores e o mapa de assentos.

EM VOO – Nem precisa dizer que a comida à bordo é paga né?! Mas pelo menos a água e alguns outros tipos de bebida são grátis. Não, não tem nada alcoólico. Mas o cardápio tem boas opções a preços, digamos, justos. Não tem concorrência lá em cima mesmo... Também não há nenhuma opção de entretenimento, mas pela duração dos voos nem precisa.

Enfim. Vale muito a pena sim voar com as Low Fare.

Quanto à locomoção:

AEROPORTO – Primeiro procure pelo site do aeroporto (sim, eles tem sites super organizados). Ele pode lhe dar boas dicas de como ir e vir. Em grande parte das cidades europeias você também tem sites bem estruturados de serviços de transfer. Pessoalmente, eu sempre gosto de chegar ao aeroporto e ter a tranquilidade de já ter o transporte ao hotel organizado e pago. Então uso quase sempre os transfer. É mais caro, mas tudo que lhe garante maior comodidade é mais caro. Ainda há as opções de taxi, alguns ônibus e em alguns também tem linhas do metrô.

NA CIDADE - Nenhum dos lugares que li recomenda que você alugue carro lá, pelo menos na maior parte das cidades. A exceção se faz quando você quer conhecer lugares próximos (como conhecer o interior da França), mas no centrão eu não recomendo. Geralmente o trânsito é pesado, é muito difícil achar lugar pra estacionar e tem lugares em que a mão é inglesa. Nesse assunto é interessante ver o contraste entre EUA e Europa. Enquanto os americanos ostentam seus carrões, os europeus são fans dos mini carros. Acho que nunca vi tanto carrinho miudinho. Só ficava esperando os sete anões saírem de algum lugar com a Branca de Neve. Isso é pra você ter uma idéia de como estacionar o carro lá é difícil. Ainda tem o problema que todos os prédios do centro são muito antigos, por consequência não tem garagem. Então se o morador quiser estacionar em frente a sua casa tem que rebolar. Mas pra quê você vai querer carro se o transporte público é tão eficiente?!! O taxi é caro, mas você pouco vai utiliza-lo, mais nos horários mais tarde da noite. Ônibus eu nem vi direito, só os turísticos. Não tem jeito, o melhor método de locomoção é o Metrô. Nas grandes cidades ele lhe leva facilmente e rapidamente para os principais pontos de interesse. Vá se habituando. Mas eu tenho medo!!! Não tenha. A segurança lá existe. É claro que você tem que tomar cuidado, mas nós pegamos metrô perto da meia noite em Paris e não nos sentimos nem um pouco inseguros. Ele estava cheio ainda este horário.

ENTRE AS CIDADES – As melhores opções são o ônibus, o trem e o avião. Avalie a melhor pra você. Algumas pessoas por exemplo, preferem ir de trem, e passar a noite nele, para poder economizar uma diária de hotel. Se você se sentir à vontade, vá de carro, pode lhe render uma linda viagem e boas estórias.

Quanto a hospedagem:

Infelizmente não vou poder dar dicas de Hostels ou apartamentos para alugar (essa pode ser uma ótima opção se você está indo com uma turma), pois meu negócio é hotel mesmo. Boa parte dos hotéis com preços dentro da realidade, tem quartos pequenos e são meio antigos. Alguns chegam a dividir o mesmo prédio!! Do 1º ao 8º andar é um e do 9º até o 16º é outro. Loucura né?! Apesar de ter dimensões um pouco avantajadas, não me preocupo com isso. Mas preciso de uma boa cama e de um bom banheiro. Porém, talvez o mais importante de tudo, chama-se LOCALIZAÇÃO. Se você conseguir juntar isso com uma boa cama, um bom banheiro e um bom preço, pode fechar o olho e reservar o seu quarto. Se o melhor meio para se locomover é o metrô, então o que é que você vai fazer se hospedando longe dele?!! Mais uma vez lhe digo: não existe site melhor para procurar opções de hospedagem do que o TripAdvisor. Leia detalhadamente os comentários, marque os hotéis de sua preferência e acesse os seus sites. Depois lance a localização no Google Earth e veja a vizinhança, as opções de alimentação próximas, as opções de compras, as linhas de metrô próximas... Use o Street View e vá percorrendo as ruas como se já estivesse lá. É uma diversão que pode durar horas...

Quanto a alimentação:

A maioria dos hotéis não oferece café da manhã em suas diárias, mas normalmente tem algum lugarzinho legal próximo a ele que oferece café bem mais em conta. Procure. Algumas cidades oferecem refeições a preços bem salgados (caso de Paris), mas você fez tanto esforço para estar lá, tantas horas de voo... Pelo amor de Deus, permita-se uma refeição decente em algum lugar conceituado. Lá também tem fast food, mas do ladinho pode ter uma birosquinha, com comida muito melhor e tão barata quanto. Sem falar nos carrinhos e trailers que vendem todo o tipo de comida. É limpinho gente! Você não está na Praça da Sé, em Salvador. Arrisque! Vá com fé! Poderá ter boas surpresas.

Quanto ao dinheiro:

Não há muito que falar. A dica dos posts anteriores vale para todos os locais do mundo. Só gostaria de chamar atenção para alguns aspectos. Leve o Euro diretamente. Se você levar dólar e deixar para trocar lá pode perder um pouco na conversão. Faça um Travel Money em Euro, não leve o seu em dólar. O mesmo motivo anterior: o seu cartão pode fazer uma conversão injusta. Ah, não esqueça das gorjetas e tente segurar um pouco o seu instinto para pechinchar, pelo menos em alguns países, pois isso pode ser mal visto.

Quanto ao que fazer:

Esqueça. Você não vai conseguir ver tudo o que planejou. São vários os fatores que contribuem para isso: falta de tempo, algumas atrações podem estar fechadas, filas quilométricas, faltou dinheiro, é muito distante... Enfim, veja o que lhe interessa e procure fazer roteiros racionais. Procure estimar o tempo que pretende gastar em cada uma e marque as mais próximas umas das outras para visitar em um mesmo dia. Só assim você poderá maximizar o seu tempo. Tá cansado?! Num tá a fim de fazer nada?!! Ninguém vai lhe recriminar. Vá alguma praça ou fique no hotel mesmo, ponha os pés para cima e relaxe, não fique remoendo o que deixou de ver. O mais importante é curtir intensamente tudo o que teve oportunidade de ver. Aí você chega no Brasil e vem aquele chato invejoso: - Mas você esteve em Paris e não subiu na Torre Eiffel?!! – Não. Tinha coisa melhor pra fazer. – Ahhhh, então não esteve em Paris... – Você quer ver as fotos?!! Tudo bem. Ano que vem, quando eu for novamente, vou subir lá e tirar uma foto em homenagem a você...

Quanto às compras:

As opções são inúmeras também. Desde brechós até outlets, shoppings, grandes lojas de marca... Os preços não são tão bons quanto nos EUA, mas o estilo de roupa é diferente. Se achar alguma peça que se identifique, não pense duas vezes, é mais barato do que aqui e você pode não achar mais em nenhum lugar. Para as meninas o melhor são as lojas multimarcas. Os acessórios e perfumes também podem valer à pena, mas definitivamente não é o lugar para você comprar eletrônicos. Sabe um artigo que você não pode voltar sem?!! COMIDA. As lojas são hipnotizantes, os preços são bons e só tem coisa deliciosa. Traga alguns produtos e fique sentindo o gostinho da sua viagem por muitos dias ainda. Não seja guloso!

Acho que deu pra dar (lá ele) uma noção geral das coisas por lá, mas reforço novamente: Quer pagar menos mico e maximizar o seu tempo e dinheiro? Leia tudo que puder sobre o destino que vai visitar.

No próximo post vamos a Paris propriamente dita. Aguardem...