quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Paris parte 1: Primeiras impressões, chegando e se estabelecendo.




                Eis a 2ª unanimidade em termos de destino de viagem, talvez a 1ª para os casais apaixonados. Conhecida como A Cidade Luz, muitos dizem que é uma cidade maravilhosa. Vou lhe dizer a minha opinião pessoal: não achei nada disso. Achei MUITO MAISSS!!! Ninguém deveria morrer sem conhecer Paris. Com certeza é uma das cidades mais fantásticas que já tive a oportunidade de ir. Tudo é lindo e você respira civilidade 24 horas por dia. A única complicação de Paris é a sua língua. Ô bichinho complicado esse tar de francês moço!!! É verdade que quase todo mundo fala ou entende um pouco de inglês, principalmente nos lugares turísticos, mas se você falar ou entender o francês vai aproveitar muito mais. É hipnotizante ver os alunos das escolas aprenderem a sua história nos locais onde elas se desenrrolaram (se você entender a língua, vale a pena encostar e sorver um pouco deste conhecimento). Passeando por Paris você se sente realmente assim, andando através da história. Feche os olhos e tente se imaginar naquela época. A sensação é maravilhosa.

                Todos dizem que o francês é sisudo, macambúzio, mal humorado... Mas pelo amor de Deus. Imagine que você está perto do Trocadero, andando tranquilamente para o seu trabalho e vem aquele turista esbaforido, falando uma língua que não é a sua e ainda perguntando como ele faz pra chegar na Euro Disney?!!! Haja paciência!!! O pior é que depois vem outro, e outro, e outro.... Até você encher completamente o saco. Ou então deu vontade de ir no museu e você não consegue porque a fila é gigantesca e cheia de gente mal educada. Não tem como o cara ser simpático. Você seria?! Mas a verdade é que o Francês é um povo muito educado (sem paciência! Mas educado), gentil e alguns até muito bem humorados. Quer saber um segredo?! Antes de começar a verbalizar o seu inglês, chegue com um Bonjour, um Bonsoir, um Excuse moi, e termine com um Merci. Com certeza você será bem tratado. É legal também ir nos lugares e apenas ficar observando o seu comportamento. Eles adoram parar nas “riês” da vida e comprar todo tipo de comida, para sentar nos parques, na rua ou na beira do Sena e se deliciar conversando e interagindo com os amigos. Alias, se você for no verão, vai poder presenciar um fato inusitado para nós que vivemos aqui nos trópicos: é só sair um raiozinho de sol e você só vê a galera descendo em peso para os parques, seja de casa ou do trabalho, e se espalhando (de biquíni, sem camisa, seja como for) nos parques para tomar um solzinho. Se você esta de dieta vai adorar, pois é um festival de carne branca! Mas é interessante vê-los torrando ao sol, enquanto leem, dormem, conversam...

                E que cidade limpa. Tudo bem conservado. Até os prédios históricos mais antigos estão em constantes trabalhos de conservação. Um dos guias nos disse que eles gastam toneladas de ouro para manter as estátuas e cúpulas feitas com esse material. Mas é a noite que todo o esplendor da cidade se transforma em luz. A Torre, o Arco, os museus... tudo feito com o maior capricho. Não deixe de subir na torre e ver a cidade toda iluminada sob os seus pés.

                Mas vamos ao que interessa. Paris é servida por 2 aeroportos: O famoso Charles de Gaulle, principal e maior, e o Orly, menor, mais nem por isso menos movimentado. Não vou poder falar muito sobre o primeiro, pois a nossa chegada e partida foram com o Orly. Ambos são bem servidos quando o assunto é ir e vir. Você tem as opções de taxi, ônibus, os trens do RER e os serviços de transfer. O Orly é um pouco mais perto que o Charles e mais uma vez eu preferi laçar mão do serviço de transfer, pago previamente pela internet. Pesquisei o serviço no TripAdvisor (olha ele aí denovo!), entrei no site e concretizei a transação (vou ficar devendo o nome da agência). Quando saí no desembarque, para a minha felicidade, lá estava a plaquinha com o meu nome. Acho que em uns 30 a 40 minutos já estávamos no nosso hotel.

                Como tínhamos feito a imigração em Lisboa, não tivemos nenhuma burocracia ou dificuldade no desembarque e entrada na cidade. Não lembro muito os detalhes do aeroporto, mas se isso acontece é porque não tinha nada diferente dos outros. É só ficar ligado nas placas e nos monitores que tudo vai dar certo. Qualquer coisa grite e alguém virá a você (nem que seja a polícia).

                A mesma coisa que falei em relação a NY vale aqui também. Acho que as melhores épocas para conhecer a cidade são as inter-estações. Se você acompanha o jornal, deve ter visto que a cidade cada ano que passa bate recordes de altas temperaturas no verão e de baixas no inverno. As nevascas chegam a fechar os aeroportos e algumas das atrações por alguns dias. A paisagem com certeza deve ser deslumbrante, mas é arriscado você ter de mudar a sua programação por esses imprevistos da natureza. Mas, mais linda ainda, é a cidade completamente florida na primavera ou tingida em tons de marrom e amarelo no outono. Sem falar que as temperaturas são mais amenas durante o dia e com um friozinho delicioso à noite.

Mais uma vez: se você for ficar menos que 1 ano na cidade, não tente ver tudo. Não dá mesmo. Mas dá pra curtir bastante a cidade. Faça seu roteiro conforme as suas afinidades, conforme as principais atrações que queira ver e dividindo a cidade por regiões. Faça como em NY: use o metrô para os trajetos maiores e caminhe o resto. Comece a malhar 6 meses antes e leve um bom calçado. Devemos ter andado nos 8 dias que ficamos lá uns 80 Km. Mas vou lhe dizer, você nem sente. É tanta coisa linda, tanto detalhe que você anda 1 Km em 1 hora. Imprima um mapa turístico da cidade e trace seu roteiro.

A hospedagem na cidade tem algumas peculiaridades. É claro que alguns bairros são melhores do que outros, mas toda a cidade é muito segura. Tem opções de restaurante e afins por todos os lugares, então procure a melhor relação custo benefício. Evite apenas alguns lugares mais periféricos, como Montmartre. Tente ficar no círculo que envolve a torre, o Arco do Triunfo e o Louvre. Com certeza estará bem localizado. Para conseguir ver o máximo de coisas e da forma mais confortável, é preciso estar estabelecido perto de alguma estação do metrô. A hospedagem de qualidade em Paris é muito cara. Algo acima de 200 euros. Mesmo com este valor os quartos costumam ser pequenos e sem nenhuma regalia maior. Os banheiros então..!!! Em alguns eu já me imaginava tomando banho primeiro do lado esquerdo e depois do lado direito. Não dava pra entrar inteiro de vez!! É aqui que você encontra a coisa mais esdrúxula que eu já vi: dois ou mais hotéis ocupando um mesmo prédio!!! Ou seja, se você saltar no andar errado pode estar em um hotel totalmente diferente do seu. Imagine quem bebe?!!! O cara fica tão alucinado e desorientado, que no outro dia vira crente. Se o quarto é pequeno, o elevador então... As vezes parece que você está em um joguinho de videogame. Primeiro você sobe e sua mulher fica embaixo, depois ela manda as malas e só depois ela sobe. Se você tentar subir com ela e as malas junto, além de não dar, o elevador vai parar por excesso de peso. É claro que isso só se aplica para os hotéis com preços mais próximos da realidade, que estão em prédios mais antigos. Se você quiser quartos de 200 m2 e super luxuosos, tem também. Só dê uma checada nas suas economias antes. Não sei se vale a pena. Se juntar todas as horas que ficamos dentro do quarto, dormindo e tudo mais, deve ter dado uns 25 a 30% do nosso tempo. A maioria não tem café da manhã na diária, e eles cobram caro por ele. Faça como todo mundo e tome seu café da manhã na rua. As opções são tantas que você pode até ficar sem comer só na dúvida do que escolher.

A opção mais barata são os Hostels. Que me desculpem os entusiastas desta modalidade, mas eu estou muito velho para isso. Sempre tem o argumento da interação com pessoas do mundo todo e outros fatores, mas eu não troco meu hotelzinho por nada. Mais uma vez devo ter levado uns 5 dias de intensa pesquisa, nas mais diversas ferramentas, para encontrar o local que achava ser o mais adequado. Foi aí que escolhi o hotel Eiffel Seine (www.hoteleiffelseineparis.com). Que achado. Não podia ter sido melhor. O prédio do hotel é antigo e seu elevador é pequenininho, mas os quartos tem um tamanho razoável, o banheiro dava pra tomar banho e me enxugar dentro dele, a cama é superconfortável e o quarto tem ar condicionado e aquecimento. Ainda tem frigobar (o que é bom quando você passa no supermercado e compra guloseimas) e, apesar do carpete, não tem cheiro de mofo. O preço é extremamente custo efetivo, mas talvez o mais fantástico deste hotel seja a sua localização (dê uma olhadinha no site). Ele fica exatamente em frente a estação Bir-Hakeim do metrô e a 100 m da estação Champ de Mars do RER, ou seja, em menos de 5 minutos você tem acesso a qualquer lugar de Paris, inclusive a Versailles, ficando neste hotel. Como se já não bastasse, a cerca de 10 minutos de caminhada (± 400 m) você estará simplesmente no maior símbolo da França: a Torre Eiffel. Deu pra ter noção de quanto o lugar era estratégico?!! Pra terminar de ficar bom o hotel ainda conta com um brasileiro entre seus gerentes, o Jean Françoi , que pode lhe fornecer boas dicas e na sua língua materna. O processo de reserva é extremamente simples e feito pelo próprio site do hotel. Você ainda tem algumas opções de acomodação e de tipos de diária (com internet, com café da manhã...). Olhando agora o site, vi que a menor tarifa é de 170 Euros. Uma bagatela se comparada a outros hotéis da mesma região. Posso garantir pra você que se fosse novamente a Paris, ficaria neste hotel, sem dúvida. Mas se você gosta mais de luxo, e tem cacife pra bancar fique na região da Champs Élysées.


A fachada do hotel. Não se assuste: quem vê cara não vê coração.
Além da Torre, estávamos também muito próximos do Trocadero, da Íle aux Cygnes, do porto de onde saem os barcos para o passeio no Sena, e de muitos outros locais que vou detalhar melhor nos próximos posts.

Vou lhe dar uma dica que considero útil. Sempre que sair do quarto pela manhã, deixe 2 euros com um bilhetinho agradecendo a camareira. Isso pode fazer milagres. Experimente. Além de ajudar quem precisa, você verá a diferença na arrumação, na reposição dos itens de Toilet e diminui os riscos de furto (e de que ela limpe o vaso sanitário com a sua escova de dentes). Seja generoso!

         Não deu tempo de se organizar?!! Paris também tem uma boia de salvação para os desorganizados. Chama-se Office du Tourisme de Paris. Lá você pode comprar o Paris Visit (vamos falar dele depois), o  Museum Pass (dele também), entrada para a Euro Disney, torre Eiffel ou a torre Montparnasse, e ainda reservar os passeios de barco pelo Sena, restaurantes, espetáculos, City Tour, hotel, alugar carro... Ufa! É um milagre pra você que não quer trabalho pra nada. Mas onde é que fica isso pelo amor de Deus!!! A central é perto do Louvre e da Opera Garnier (25 rue des Pyramides 75001). Nas principais estações ferroviárias, Gare du Nord, Gare de l’Est e Gare de Lyon, tem quiosques, mas somente o endereço central fica aberto todos os dias do ano. Nas estações ferroviárias eles fecham domingos e feriados. Os quiosques da avenida Champs Elysées e da Notre Dame são temporários e não abrem o ano todo. Visite o site www.parisinfo.com e se inteire de tudo (tem versão em português). 


No próximo: Como se locomover, comer e comprar.


Um comentário:

  1. Também gostei muito de Paris,mas fui justamente no inverno! passei o reveillon lá!!
    Graças a Deus, não peguei nada fechado por conta da neve,mas me prometi voltar lá no outono ou primavera.
    Fiquei na la defese, um pouco afastado da torre,mas tinha uma estação de metrô na porta do hotel e era justamente a linha 1 do metrô q passava lá,essa linha corta a cidade toda! foi ótimo!
    aliás,o metrô de lá é fantástico!!
    bj

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