sábado, 31 de agosto de 2013

Guia definitivo para montar sua viagem – Locomoção.


Agora é a vez de se locomover.

A melhor forma é, sem dúvida nenhuma, a pé. Essa é a uma das poucas delas que faz bem a saúde (se é que você tem isso), permite que cada detalhe a sua volta possa ser observado com cuidado, pode proporcionar boas surpresas....

Quer um exemplo?!

Podia lhe falar de vários, mas pra resumir foi só a pé que conseguimos descobrir bons restaurantes, boas lojinhas, atrações inusitadas...

É claro que você não vai fazer isso a cidade inteira, mas deve dividí-la por zonas, essas sim coberta com longas e prazerosas caminhadas.

Não quer caminhar de jeito nenhum?!

Então vamos ver se consigo lembrar as outras opções:
1-      Carro – A opção mais cômoda e óbvia, mas nem sempre a melhor. Em cidades como Nova York e Paris, andar de carro pode ser um martírio devido o trânsito pesado e a falta de lugares para estacionar. Já em outras como Miami e Santiago, ele será o seu maior aliado.
A primeira grande dúvida de todo mundo que viaja para fora do Brasil é se é ou não necessária a posse da carteira de habilitação internacional. A resposta é simples: Não. Não é obrigatória, mas é recomendável, principalmente no caso de acidentes ou infrações de trânsito. Mas só de pensar na burocracia que a gente enfrenta nesses Detrans da vida... Eu sempre desisto. Os únicos lugares que exigem obrigatoriamente este documento são Dubai, Alemanha, Espanha, Itália e o estado da Georgia nos EUA. Fora esses, pode ficar tranquilo.
Ao contrário do Brasil e de alguns países da América do Sul, a maioria dos lugares civilizados tem um processo super simples de alugar um carro. Não tem nada daquilo de ficar olhando cada risquinho do carro em processos demorados e constrangedores. Lá as coisas são bem mais simples. Basicamente a única coisa que eles são rigorosos é com relação ao combustível.
Vou falar um pouco mais sobre o processo de aluguel nos EUA, mais especificamente em Miami. Lá, como na maior parte dos lugares atualmente, as locadoras ficam localizadas em um prédio anexo ao aeroporto e ligados a este por meio de um trem ou sistema de ônibus. Então chegando ao aeroporto geramente é só procurar pela sinalização “Rental Car”. Chegando ao prédio é só procurar o guichê da locadora da sua preferência e iniciar o processo de check in. Esse é o único procedimento que demora em qualquer lugar, por isso eu sugiro que você faça a sua reserva pela internet. Além de garantir o seu carro e as melhores tarifas + promoções, ainda tem o fato de algumas locadoras permitirem o preenchimento dos dados de check in pelo próprio site. Assim agiliza muito o processo. Depois disso você deve ir até onde o seu carro está localizado ou esperar que ele seja trazido até você. Pronto, você está quase livre. Na saída você terá os documentos conferidos e aí sim poderá seguir. Na devolução o processo é super rápido, ele confere o nível de combustível, escaneia um código de barras e pronto, imprime seu recibo e tchau.
Algumas dicas importantes antes e durante o aluguel. Procure conhecer as regras de trânsito no lugar onde for (na argentina é preciso 2 triângulos, corrente para os pneus e outras coisas, por exemplo) e se o carro possui o sistema de passe livre pelos pedágios (SunPass na flórida, por exemplo).
Para maiores detalhes leia o post que fiz de Miami.
Ah! Não esqueça de alugar o carro com GPS, pois em algumas cidades é praticamente impossível andar sem ele. Se você gosta de viajar, faça como eu e compre logo o seu.
Então, se você quiser o conforto de ir para onde quiser e na hora que quiser, opte pelo carro, mas antes procure saber como é o trânsito no local de destino para evitar dores de cabeça.
2-      Moto - Não ando de moto e nem recomendo. Talvez em destinos de aventura ela possa ser uma boa opção e acredito que tudo o que falei sobre os carros se aplica a elas também. De qualquer forma, não recomendo, pois um acidente pode trazer enormes problemas. Agora se você vai alugar uma Harley pra fazer a rota 66, aí é outra história!
3-      Táxis – O meio mais caro sem dúvidas. Mas que também podem ser bem custo efetivos se você levar em consideração o conforto de ir de carro e sem se preocupar em dirigir. Cidades onde o Real está valorizado, como a Buenos Aires, podem fazer esse meio valer muito a pena, mas o contrário também é válido. Outra forma de deixar esse meio mais vantajoso é dividí-lo com outras pessoas, assim o custo cai. Mas cuidado, pois em alguns lugares cobra-se a mais a partir do 3º passageiro. Procure se informar também sobre como é esse serviço no local para onde vai. Em Paris por exemplo, o taxista pode cobrar por malas a mais, a depender de como está o trânsito, se foi com a sua cara...
Muitas pessoas gostam e até recomendam que se contrate um taxista para fazer um tour pela cidade. Se você dividir esse custo com outras pessoas pode valer a pena, mas procure referências do taxista que for contratar. Cuidado nunca é demais.
4-      Ônibus – Não é um meio que eu uso muito (deve ser trauma do tempo de colégio e faculdade), mas lá fora ele é bem eficiente e organizado. As linhas tem vias exclusivas na maioria das vezes e não são tão lotados quanto os nossos. Sem falar que eles não pulam os pontos. Meio muito barato e que em boa parte das cidades faz parte de um sistema integrado de passagens que pode incluir o metrô ou outros meios de conexão no mesmo ticket.
Para o transporte entre cidades pode ser uma opção bem mais em conta que outros meios, sem falar que as vezes dá para você descansar bastante no trajeto.
Um tipo de ônibus que eu sempre uso são os Sightseeing. Serviço composto por um ônibus de 2 andares que faz um city tour pelos principais pontos turísticos do local, permitindo que você desça e suba quantas vezes quiser. Além disso oferecem um audio guia em várias línguas, que descreve um pouco da história do lugar e dos pontos por onde se passa. O valor não é tão barato, mas é bastante custo efetivo se considerar que você pode fazer um city tour no seu ritmo. Mesmo que você decida alugar um carro aconselho que faça um tour desses para ter noção do trânsito, dos caminhos e das atrações que mais valem a pena serem revisitadas com mais calma.
5-      Metrô – Excelente forma de locomoção, quando disponível e bem estruturada. Barata e capaz de lhe levar a qualquer lugar de forma bastante rápida e confortável. É claro que nos horários de pico é meio complicado, mas seu funcionamento até altas horas possibilita uma alternativa segura de retorno ao hotel. As maiores cidades contam com sistemas de passe ilimitado válidos por determinado número de dias, que podem ser adquiridos em máquinas automáticas e que facilita muito as coisas.
Para os que nunca andaram de metrô, não tem segredo. Por mais que os mapas possam parecer confusos, existem algumas regrinhas básicas que vale para a maioria. Geralmente as linhas são classificadas por cores e/ou números. A primeira coisa a fazer é saber qual a estação que você irá descer. Depois você deverá saber a cor/número da linha e prestar atenção ao nome da última parada. Com estes dados deverá procurar a linha da cor certa e seguir no sentido do nome da última estação. Digamos que você queira ir a estação F da linha vermelha, sendo que a última estação deste sentido é a X. Quando você chegar na estação da linha vermelha verá as opções de destino A e destino X (não haverá nenhuma menção do destino F, mas você sabe que ele está na direção do X), então você deverá ir no sentido X e não no A, pois os trens estarão em sentidos contrários. Uma vez dentro do trem você acompanhará as estações até que chegue na estação F e possa desembarcar. Se não houver nenhuma estação da linha vermelha próxima a você, então terá de fazer uma baldeação, que é a troca de trens. Utilizando o exemplo acima, vamos supor que você esteja na linha verde e que ela cruzará com a linha vermelha na estação J. Você deverá então pegar o trem verde até a estação J, desembarcar mas não sair da estação e procurar onde está o embarque da linha vermelha. Encontrando, pegue o trem com direção ao sentido do A, pois o J está depois do F, então você deverá ir no sentido oposto ao do exemplo anterior. Mas a situação pode ficar mais complicada se você precisar fazer mais de 1 baldeação ou se tiver de pegar um ônibus que liga uma estação a outra. Mas aí só na prática, quebrando a cabeça, para aprender.
Deu pra entender?! Então use e abuse do metrô, mas não esqueça de fazer alguns trajeto a pé também.
Em alguns posts, como o de Paris e NY, eu detalho um pouco mais do metrô nestes destinos. Dá uma olhada lá.
6-      Trens – Mais utilizados para viagens entre cidade ou países, não são tão baratos quanto possa se imaginar. Em compensação existem viagens que já são uma atração em si, como a trans-siberiana, o Oriente Express, o Vistadome, entre outros. O conforto e luxo também podem ser coisas surpreendentes em algumas dessas viagens. Deve ser super legal também poder andar em um trem bala japonês. Porém, prepare o bolso.
7-      Barco – Brincadeira?! Não é não. Paris por exemplo, é uma das cidades que tem táxis marítimos. Posso citar ainda NY e Veneza, mas existem várias outras. Como eles geralmente podem levar mais passageiros, também são uma alternativa barata, que podem lhe levar ao seu destino e ainda proporcionar um ponto de vista diferente da cidade.
Eles ainda servem para lhe levar de uma cidade a outra, poupando horas de estrada ou trajetos curtos de avião. Exemplo?! Que eu lembre agora, tem da ilha do Tahiti para Moorea, de Montevideu a Buenos Aires e de Cancun a Isla Mujeres. Mas você já pode perceber que esse é um meio de locomoção que com certeza ainda usará.
8-      Bicicleta – Mais uma vez citamos Paris, que foi pioneira em oferecer este meio de transporte a todos com o Velib (ver o post de Paris). Mas existem outras cidades e locais de menor extensão que oferecem a velha e boa “magrela”como um bom meio de transporte.
9-      Carona – Alguns países tem uma boa tradição em caronas, principalmente para que vai de muchilão. Pessoalmente eu não tenho o menor talento para isso. Já existem sites que organizam as caronas, mas não vá achando que vai ser tudo de graça não! Pelo menos o valor da gasolina você vai ter de rachar.
10-   Animais – Gosta de andar à cavalo, de camêlo, de elefante, de avestrus... Em algumas cidades do mundo é possível optar por algum destes bichinhos dóceis. Eu não confio em nada que tenha vontade própria!!!
11-   Meios alternativos – Diante do trânsito das grandes cidades e da falta de opções, tem surgido meios alternativos de transporte. Podemos citar o Segway, os carrinhos de golf e os bondes. O segway (aquela espécie de patinete motorizado que se move com os movimentos do seu corpo) tem sido utilizado por agências para realização de city tours e também já podem ser encontrados para aluguel, oferecendo mais um meio de exercitar o seu sedentarismo. Ilhas pequenas e alguns megaresorts oferecem o carrinho de golf para que você possa transitar. Nós o utilizamos em San Andrés, em Rangiroa e em Isla Mujeres, e realmente são muito práticos e funcionais. Já os bondes podem ser encontrados em cidades como Lisboa e San Francisco e são muito úteis para vencer as enormes ladeiras que caracterizam a topografia destas cidades.
12-   Outros – Em determinadas cidades ainda é possível encontrar meios bem diferentes como carruagens, Rikichás (aquele carrinho oriental que é puxado por uma pessoa), funiculares, bondinhos, hovercraft (aquele barco a hélice), helicópteros, tratores... E tantas outras formas que não dá nem pra imaginar.

Deu pra ver que opções são o que não faltam. O ideal é que você possa combiná-las da melhor forma, de maneira que possa aproveitar a sua viagem ao máximo. Não esquecendo de que o seu pé ainda é o melhor meio de locomoção.

Ainda nesse tema não podíamos deixar de citar as ferramentas que dispomos para auxiliar a sua locomoção.
1-      Mapas – O velho e bom mapa deve estar sempre ao seu lado quando sair do hotel. Em praticamente todo o local você os encontrará na recepção do hotel, no centro de informação turística, nos pontos turísticos. Além de informações sobre as ruas, os mapas de hoje assinalam muitos pontos de interesse, como lojas, restaurantes, monumentos, pontos turistícos, pontos de apoio... Mesmo nos dias de hoje ainda são imprescindíveis. Eu sempre carrego o meu!
2-      GPS – Imprescindível, principalmente se você está de carro. Pode lhe poupar minutos ou horas de procura. Mesmo se você estiver a pé ele pode lhe ajudar. Além do destino, ele ainda pode lhe mostrar restaurantes, lojas, outros pontos de interesse, estacionamentos... A única desvantagem é seu custo, tanto para aluguel quanto para adquirir o mapa do local para onde você vai viajar.
3-      Celular – Unindo tudo o que há de bom dos itens anteriores, os smartphones ainda lhe oferecem dezenas ou centenas de aplicativos que podem lhe ajudar das mais diversas formas. É incrivel! Tem aplicativo até pra localizar banheiro grátis!!! Mas é unindo os melhores mapas com os dados de GPS que ele se destacam. Vou correndo comprar um então!!! Calma! Faltou dizer que a maioria dos aplicativos são pagos e que para utilizá-los é preciso estar conectado a alguma rede sem fio ou rede internet móvel, e em alguns lugares isso praticamente não existe.

Resumindo: ande com os 3, ou pelo menos com um mapa e um celular ou GPS.

É importante dizer que nas cidades turísticas maiores e nos países desenvolvidos o repeito às pessoas com dificuldades de locomoção é muito respeitado. Todos os principais lugares contam com facilidades de acessibilidade e o respeito de todos é muito grande. Nos EUA mesmo, devido a grande quantidade de multilados de guerras e aos velhos obesos que não andam mais (só usam aquelas cadeiras motorizadas), isso pode ser visto com maior frequência.

Sabe uma outra coisa que também é pertinente ao tema, que sempre acontece e que tem sempre alguma coisa de bom apesar de não parecer?! Se perder. Isso mesmo! Algumas vezes é muito bom simplismente sair sem rumo e se perder um pouco. Nessas horas você sempre acaba encontrando um lugar legal que nenhum de seus amigos conhecia, um bom lugar pra comer, aquela lojinha que vende coisas que não se acha em nenhum outro lugar, aquela pessoa super legal que vai lhe dar ótimas dicas... Pode ser assaltado e ter de dormir na rua também, mas isso só se você for muito azarado. Tá com tempo sobrando?! Vá se perder um pouquinho!

Acho que é isso.

Perguntas?!!!

No próximo post vamos falar de passeios.



2 comentários:

  1. Adorei!!!
    O importante também é a pessoa ter a consciência das próprias limitações e planejar a locomoção na viagem. Pesquisando o local antes, dá para saber qual o meio de locomoção que mais vai se adequar!
    Sou dooooida pra ter coragem de usar mais bicicleta em viagens... Paris por exemplo tem aquele sistema de bike com vários pontos para serem devolvidas, fiquei na vontade...rsrs!
    Ah, sabe um lugar que andei muito de ônibus?? Em Berlin!!! Sistema ótimo, super fácil de se situar!!
    Bjoo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu pela dica Sara.
      Quando formos a Berlin vou querer as dicas.
      Quanto a bicicleta, sem dúvidas paris é um dos melhores lugares, pois tem ciclovias bem sinalizadas e o Velib parece ser muito bom.
      Bjs

      Excluir